Especialistas alertam para nova onda de Covid-19 no Ceará e falam sobre cuidados durante as festas de fim de ano
De acordo com especialistas consultados pelo g1, o Ceará vive um "padrão sazonal" de positivação de casos de Covid-19. O uso de máscaras, higienização da...
De acordo com especialistas consultados pelo g1, o Ceará vive um "padrão sazonal" de positivação de casos de Covid-19. O uso de máscaras, higienização das mãos e isolamento de pessoas infectadas são medidas a serem tomadas. Testagem de Covid-19 cresce em unidades de saúde O uso de máscaras descartáveis, higienização das mãos com água e sabão e o isolamento de pessoas doentes são estratégias conhecidas por quem viveu uma pandemia de Covid-19. No Ceará, essas ações estão retornando após recomendações médicas. O estado registrou 599 novos casos de Covid-19 em uma semana, entre os dias 17 e 23 de novembro, segundo o boletim da Secretaria Estadual da Saúde. Embora o cenário seja bem diferente da pandemia de anos atrás, inclusive sem nenhuma morte pela doença nos últimos dias, o aumento dos casos confirmados da doença acende um alerta. Especialistas consultados pelo g1 comentam que o Ceará vive uma nova onda da infecção e compartilham cuidados a serem tomados neste fim de ano, que já chega com Natal, Ano Novo e confraternizações: "O que eu percebo, como epidemiologista, é que nós temos um padrão sazonal do Covid que começou no mês de outubro com casos discretos. E aí ele começa a fazer um volume cada vez maior (...) Mais de um quarto das amostras que são coletadas e testadas estão positivas para Covid. A gente está, realmente, em uma onda. Acredito que por causa dessa característica do mês de dezembro, vamos ter um pico em janeiro, fevereiro", explicou a professora Caroline Gurgel, do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). LEIA TAMBÉM: Ceará tem quase 600 novos casos de Covid em uma semana Vacinação contra a Covid-19 em Fortaleza: confira os locais disponíveis A especialista, no entanto, tranquiliza: como nossa população já enfrentou uma pandemia, é como se estivéssemos "treinados". Ou seja: é possível que a Covid-19 passe a ser encarada como qualquer outro vírus respiratório por parte de um grupo da sociedade. "O alerta sempre fica para os grupos de risco", explicou Caroline. Contudo, não se pode deixar de lado cuidados básicos como: Uso de máscaras em locais mais delicados como hospitais e postos de saúde; Lavar as mãos e evitar tocar em maçanetas e outras superfícies que estejam infectadas Evitar tocar nos olhos, boca e nariz se estiver fora de casa. Isolamento de pessoas infectadas Vacinação do público-alvo e também grupos de risco "O que a gente conhece da transmissão dos vírus respiratórios, incluindo a Covid, é que o vírus consegue ficar muito tempo, por mais ou menos umas oito horas, em ambientes com temperaturas amenas. Então: ambiente de escritório, de ar-condicionado, banheiro (...)", complementou a epidemiologista. Casos positivos de covid-19 crescem no Ceará Caroline pede atenção especial com os idosos, grupo que tem taxa alta de morte após infecção por Covid-19. "Vai ter óbito de Covid? Como qualquer outro vírus respiratório, vai sim ter óbito (...) Quando a gente está enfrentando uma infecção, ela é muito variável na nossa população. A grande maioria se cura, não tem sequela, não tem nada. Uma pequena porcentagem vai ter alguma sequela ou então ir ao óbito", ponderou a médica. "A saúde começa individualmente, mas ela se estende à saúde pública. E, assim, famílias muito amorosas, que tem aquele idoso, precisa colocar máscara nele (nos festejos de fim de ano, por exemplo). Quando for tirar a máscara, colocar pra ele ficar um pouquinho mais distante do aglomerado. É o que se pode fazer, porque a gente também não quer isolar esse idoso", complementou Caroline Gurgel. Vacinação e monitoramento Vacinação contra Covid é recomendada para reduzir número de casos da doença e evitar quadros graves Rodrigo Carvalho/Prefeitura de Fortaleza Infectologista do Hospital São José, Pablo Eliack disse ao g1 que essa sazonalidade se caracteriza pela mudança da cepa do vírus da Covid-19. A cepa é uma variante ou um grupo de variantes dentro de uma linhagem que se comportam um pouco diferente do vírus original. Mutação, variante, cepa e linhagem: entenda o que significam os termos ligados à evolução do coronavírus "Era de se esperar que a gente tivesse esses picos de sazonalidade do Covid, semelhante ao que acontece com a Influenza, que a gente tem que atualizar a nossa vacina anualmente. Não tem mais aquela gravidade que a gente tinha anteriormente na época da pandemia, mas é esperado que a gente tenha anualmente (essa onda) com a adaptação do vírus aos novos hospedeiros dele. Ele se 'adapta' para cada vez mais conseguir conviver com a gente. Acaba tendo essa sazonalidade", explicou Pablo. Segundo o especialista, é preciso ficar de olho nos sintomas para decidir a hora de ir ao hospital. Como os sintomas de Covid são parecidos com os de outras doenças gripais, como a própria Influenza, os sinais de alerta para uma possível gravidade na Covid podem ser: Falta de ar; Queda na saturação dos pulmões; Desorientação/confusão; Cansaço Dedos azulados (sinal de menor oxigenação no corpo) "Deve-se procurar assistência médica para uma melhor avaliação, para ver necessidade de internamento. Se o paciente for paciente de risco, o ideal é que ele já procure logo um atendimento para alguma orientação", disse Pablo. Com o aumento dos casos de Covid-19 em Fortaleza nas últimas semanas, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reforçou os pontos de vacinação para garantir que a população tenha acesso às doses atualizadas do imunizante. 💡 Podem se vacinar crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme calendário de vacinação, e a dose de reforço para os grupos prioritários enquanto durar o estoque. Covid-19: Meac suspende visitas a enfermarias ➡️ Fortaleza recebeu mais de 1.700 doses para serem utilizadas no público-alvo: Crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme calendário de vacinação* Gestantes e puérperas Idosos 60 anos ou mais Trabalhadores da saúde Pessoas com deficiência permanente Pessoas com comorbidades* Pessoas imunocomprometidas* Pessoas que vivem em instituições de longa permanência Pessoas privadas de liberdade Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas Funcionários do sistema de privação de liberdade Indígenas Ribeirinhos Quilombolas As pessoas do grupo prioritário (idosos, gestantes, puérperas e imunocomprometidos) devem tomar duas doses ao ano da nova vacina, independente do número de doses já recebidas. No caso dos demais grupos prioritários, a orientação é receber uma dose anual. 💡 Pessoas que não fazem parte de nenhum grupo prioritário e nunca se vacinaram devem tomar o novo imunizante, bastando uma dose para a proteção. Atualmente, o imunizante SpikeVax, da fabricante Moderna está disponível em seis postos de saúde da capital que estão realizando a imunização. Saiba aqui quais são! "A vacinação, desde quando foi iniciada, mostrou-se de grande importância. Não é que ela impede 100% que a gente desenvolva a doença do Covid, mas só em evitar que se torne em formas graves, já é um grande avanço. É importante que todo mundo que tiver indicação, que tiver esse fator de risco, esteja bem vacinado. O que a gente vê, graças a essa vacinação, é que esses pacientes que estão chegando nos hospitais não estão vindo com uma gravidade tão grande como era anteriormente, são casos mais leves. Os que geralmente precisam internar, é porque pegou Covid, mas tem outra doença de base importante", explicou o infectologista do HSJ. Ele também reforça os cuidados usuais contra a Covid e outras doenças, como o uso de máscaras e evitar estar em aglomerações se houve sintomas gripais. "Na medida do possível, principalmente se você tiver algum fator risco, alguma quimioterapia, alguma imunossupressão descontrolada, tiver mais de 60 anos ou que tenha um fator risco maior, evite essa aglomeração. E, sempre que tiver alguém com sintomas próximo de você, utilize a máscara e sugira a essa pessoa utilizar também a máscara e se distanciar", concluiu Pablo Eliack. Uso de máscara evita casos de Covid-19 e Influenza Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: